sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Natimorto

Lá se vai mais um amor
Sepultado no cemitério de paixões.
Chega de dar dó,
Esses pequenos que não puderam nem ser.

Em cada caixãozinho
Sepultam-se junto várias interrogações
Expectativas que cresceram
como a grama que há de crescer sobre você.


Havia um tempo em que queria manter covas abertas
Mas aprendi que as esperanças só renascem com outra gestação.

Tchau, Amorzinho que não pôde nascer!
Daqui uns dias tentarei lembrar com ternura de você.
Por hora fica o choro baixinho e o coração que aperta,
Ao lembrar das historinhas que não pudemos viver.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Lar ser eu

Poderia dizer q nao .. ja foi... q isso, nem durou... dar risada, dar de ombro... mas nao.... O feriado todo passou... o feriado q era p vc conhecer meus pais, p vc conhecer meu gato e minha cachorra.. p gente rir juntos e eu levar vc p tomar um sorvete numa tarde preguiçosa de feriado.... Nda foi assim,... tentei cair na balada... vc n estava la, ninguem servia, nem de longe... segundo dia foi pior. Tive crise de ansiedade, tive choro, nao te tive p me dar a mao, enxugar a lagrima, dizer, mesmo sem entender nda, q aquilo iria passar... tive o sabado, o churrasco, o cachorro e a familia... mas vc nem o riso estavam la.... Em outro dia a onda que distrai... mas em psicologia, e na pratica, vc aprende que atençao e memoria sao processos distintos, apesar de interligados... E ai estou tendo o hoje... refazer as malas fisicas e mentais, voltar pro lugar onde aprendi a chamar de lar. E lar ser eu... mas hoje talvez ainda nao... ainda vou fantasiar c o fds passado q vc voltou p mim mesmo depois de eu ter desesperado c seu sumiço.... mas que sua presença fisica era como um bilhete mental de que tudo ficaria bem: pois bem, nao ficou. Hj vou dormir e dar um ultimato p minha fantasia... vou banir seus carinhos, suas graças da memoria... p um lugar beeem la no fundo... ate esmaecer. Amanha vou acordar e voltar a ser só meu eu. Que é td que a gente deve ser mesmo com promessas faceis de momentos juntos.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Crushed

Você tenta fazer suas coisas da forma certa.
Tenta se afastar dos perigos óbvios
Tenta permanecer forte mesmo estando tão sozinha.
Tenta ficar longe daquela ansiedade que te consumia a tempos atrás – velha conhecida
Mas vem alguém para o qual vc não levantou guarda,
Vem alguém e consome um pedacinho de vc
Tira um pedacinho daquelas crenças que você construiu a duras penas:
‘-Sim, você pode confiar nas pessoas!
- O ser humano é bom!’
Aquela coisinha que brilha mesmo quando vc acha que ta tudo perdido: a esperança
E ai vem alguém e esmaga e te faz engolir isso tudo com gosto de lágrima e sangue.
E fica um buraco tão grande que é ai que você percebe que aquilo não era só um pedacinho...
Daí outras coisas acontecem e parecem querer te dizer que o mundo é mesmo uma expiação, que as pessoas não prestam, que elas vao te foder na primeira oportunidade, da forma mais simples á forma mais sofisticada. Que as pessoas só querem olhar para suas próprias conveniências.... E do que era um buraco já não se vê nem a beira mais......
E fica fácil entender pq é tao mais simples se deixar levar por todos esse sentimentos.
Como ser corajoso exige um esforço sobre-humano....
Como se recompor é tão difícil depois de ter virado quebra-cabeça.
E a doçura, sera que um dia volta? Ou esse mundo só foi feito pras pedras?

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Com-censura

As vezes o tempo mostra sua relatividade. Um copo, desses de boate, ainda pela metade, descansa em minha mesa da noite anterior. Assim como a derradeira long neck da long night. Estava entrando sozinha para a festa. Mais por obrigação, medo da solidão e outras coisas que batem num domingo a noite. Seus óculos escuros posicionados na nuca me chamaram a atenção. Você definitivamente não pertencia áquele ambiente. Sua balada era de outra, era de antes e eu chegando com perfume fresco. Não sei se também te batem as coisas do domingo a noite mas você não queria parar. Brincou comigo. Dançou do meu lado e eu sorri da sua inconveniência. Ousado. Interessante. Perguntou meu nome e riu também se dando conta da coragem que adquiria com o álcool. Entrando boate afora te lancei em pensamento um olhar que diria até logo. Comecei a minha própria ingestão da bebida etílica. Pessoas se amontoavam, se sacudiam, queriam passar, tinham pressa, não tinham. Minha primeira meta era achar a colega que supostamente deveria encontrar. Após obter sucesso passei para a próxima: Achar você. Talvez eu tenha te visto sentado no deck mais de cima umas duas vezes. Talvez eu tenha te visto conversando um assunto muito profundo com alguém. Talvez você não estivesse mais lá. Em busca de um plano B comecei a olhar para os lados. Quanto mais me desafiava mais te queria e me peguei olhando para os lados para tentar achar você. Suspirei aliviada ao te ver em algum lugar que meus olhos antes não tiveram a curiosidade de percorrer. Não sabia se nesta altura vc se lembraria de mim . Não interessava. Sabendo da eminência da ultima chance me aproximei. Você correspondeu, muito solícito. Cantava trechos de músicas sertanejas para abafar as batidas eletrônicas. Queria estar em outro lugar. O rosto de menino denunciava a idade que logo iria descobrir. A empolgação também. Acorda assustado com as horas, este tempo inevitável. Meio ranzinza hipotetiza formas de ir embora. Você foi e logo o sol veio pra ficar em seu lugar. Agora eu que hipotetizo sobre o que você acha dessa história toda. Repasso os detalhes mentalmente, um sorriso me escapa. Foi bom. Pra mim foi. E agora boa noite.

domingo, 23 de dezembro de 2012

Entre o 'não' e o 'nunca'

O sono que nós não dormimos
O chuveiro que nós não dividimos
A tarde preguiçosa de domingo em que não reclamamos da TV
O bolo que você não me fez, que o cheiro eu nunca senti.
As letras de violão que você não tocou

História malfadada
de suspiros entrecortada
É o fruto das expectativas que brotaram no jardim que você cultivou
E agora o sol frio da indiferença ameaça transformar tudo em deserto
A chuva salgada cai sem você ver.




"Eu grito por liberdade,
Você deixa a porta se fechar.
Eu quero saber a verdade
E você se preocupa em não se machucar.

Eu corro todos os riscos,
Você diz que não tem mais vontade.
Eu me ofereço inteiro
E você se satisfaz com metade.
É a meta de uma seta no alvo,
Mas o alvo, na certa não te espera!

Então me diz qual é a graça
De já saber o fim da estrada,
Quando se parte rumo ao nada?"

sábado, 17 de novembro de 2012

Sobre ‘nós’


Dificil de definir, de apreender, de escrever
Como organizar tanta informação?
Você deixou te olhar pelo buraco da fechadura
E deixou suas letras aqui pra mim
Me deixou com um monte de ‘ e se´s’
E aquela velha sensação de estar no tempo errado.....

E o estranho é que eu deixei em você a vista de todas as minhas imperfeições
Como se eu mostrasse minhas cicatrizes logo de cara
Chego a pensar que isso pode ser um efeito seu.

Mas é perigoso mergulhar no fundo de alguém e não desatar alguns nós
É perigoso mergulhar e deixar mais alguns nós
Você me deixou mais sozinha comigo mesma
E eu acho que talvez eu não deveria deixar você com esta lembrança
Pensando agora seria tudo diferente, mas como diria o bom Los Hermanos:

‘E se eu fosse o primeiro a voltar
Pra mudar o que eu fiz,
Quem então agora eu seria?’

E com eles concluo:

‘Ah, tanto faz
Que o que não foi não é
Eu sei que ainda vou voltar...
Mas eu, quem será?’

sábado, 14 de julho de 2012

Paixão em três tempos





...e aquele cabelo... que não decidiu como quer ficar, apenas sabe-se que é liso
Os olhos de ressaca (não teria clichê melhor!)

Não sendo exatamente bonito, sabia sê-lo outras coisas, e ai sim ficava lindo.
Era aquele sorriso safado ressoando por todo o quarto
Sorriso de quem sabe o que quer, e quase consegue quase que por nada.

E a tudo que eu lhe negava, no fundo gritava Sim!
Só para na sua ausência poder imaginar - como seria?
E mais tarde concluir, - Como será?


___

E eu brincava com seu medo,
como uma criança que se atira na frente do carro atras da bola.
sabia do seu receio, e por isso o ignorava.
Pra mim é sempre tudo
Sem intensidade nao tem graça.
Se for pra foder que foda-se tudo

Eu brincava e ele nao ria.
Talvez isso nos afastasse
Mas iria eu pedir desculpas pelo que sou?
Se no fundo era eu quem me divertia.





_____

O inicio do fim.
E de repente minha ansiedade é tanta que vejo seu sorriso devanecer
Vou ao velório das expectativas que eu mesma criei,
sabendo que eu vou te encontrar lá.
Vejo agora que você está bonito,
mas é só.